Se iniciou em 9 de março de 2020 a primeira reunião regular da ICANN realizada de modo totalmente virtual, como uma consequência das medidas de prevenção contra a proliferação do COVID-19. Apesar das capacidades de reunião remota serem usadas com frequência pela comunidade, as reuniões presenciais são importantes ferramentas de alinhamento, nas quais os grupos que trocam centenas de mensagens ao longo de meses conseguem se focar nas questões que discutem e fazer avanços mais expressivos.
Ao longo dessa reunião acompanharemos algumas sessões de interesse para o setor empresarial, com um volume menor de informações devido à redução da quantidade de sessões totais, com menos de um terço do volume normal de debates.
Universal Acceptance: Tecnologia e Internacionalização de E-mails
A apresentação do grupo se iniciou com os dados da pesquisa realizada pela consultoria brasileira parceira da AR-TARC, a Governance Primer, na qual foi testada a aceitação de e-mails com caracteres estrangeiros ou originando de domínios novos (como o “.bar”), na qual foi constatado que a aceitação de novos domínios tem crescido, mas a de caracteres internacionais está estagnada, como podemos observar na tabela abaixo.
Em relação aos dados obtidos, estão sendo planejadas ações para cobrir essa deficiência e melhorar as estatísticas no futuro, sendo que o grupo de Tecnologia (UA-Tech) tem como missão principal trabalhar de maneira conjunta a instituições e organizações que estabelecem padrões ou fazem recomendações, de modo a gerar uma maior conformidade com os padrões de Aceitação Universal na indústria de tecnologia como um todo.
Dentro dos projetos ativos nesse momento, temos principalmente: 1) a definição formal de quais os critérios para um produto ser realmente considerado como capaz de Aceitação Universal; 2) a preparação de um treinamento para programadores de Java, ensinando diversos mecanismos para a preparação de códigos mais adequados para a internacionalização; 3) o fechamento do escopo de um projeto de análise de linguagens de programação e seus frameworks em relação a que tipo de trabalho precisa ser feito para torná-las compatíveis com Aceitação Universal.
Uma prioridade que será perseguida nos próximos meses é a de um estreitamento no contato com a W3C (World Wide Web Consortium) e o WHATWG (Web Hypertext Application Technology Working Group) para que o padrão HTML5 passe a suportar de maneira consistente essas inovações, pois no momento não consta no padrão uma solução, o que leva invariavelmente a falhas.
Domínios de marcas
O Brand Registry Group (BRG) é uma associação de empresas e organizações que trabalham juntas, com base em serem donas de seus próprios TLDs genéricos, como é o caso do “.honda” para a fabricante de carros. O grupo possui membros na América do Norte, Europa e Ásia, mas ainda não encontrou adesão das marcas latino-americanas que possuem seus próprios TLDs.
Quando analisamos a quantidade de acessos sendo feitos no DNS em relação a novos nomes de domínio, as marcas se destacam muito mais do que os muito debatidos domínios geográficos (como “.paris”), tornando sua questão algo relevante de ser estudado pela comunidade, principalmente a de atores comerciais.
A comunidade de negócios deve olhar mais para essas oportunidades e como trabalhar melhor com a questão desses domínios de marcas.
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