Sistemas de segurança e seguros evitam ou diminuem as perdas com eventos como invasões e incêndios
Flávia Furlan
ffurlan@brasileconomico.com.br
Um assalto na casa vizinha fez Fábio Roberto Caldeira, 35 anos, despertar para a necessidade de aderir a um sistema de segurança, ainda mais porque ele está a maior parte do tempo, durante a semana, fora de casa trabalhando e, nos finais de semana, viaja para o litoral. “Preciso de algo para inibir esses incidentes e vou fazer isso sem falta neste ano”, diz o arquiteto, que mora em uma residência fora de condomínio na cidade de São Paulo. O primeiro passo será adquirir, por R$ 1,5 mil, um equipamento que transmite imagens da residência pela internet.
O arquiteto faz parte do grupo de brasileiros que, depois de ver de perto os danos de invasões às suas residências, se preocupou em fazer algo a mais a respeito da segurança. “O brasileiro não é preventivo, ele é reativo”, afirma o diretor da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), Oswaldo Oggiam.
Por isso que depois das férias, quando muitos se ausentam para viajar, é que aumenta a demanda por equipamentos de segurança e seguro residencial, que podem evitar ou diminuir as perdas com invasões e outras ocorrências. Os sistemas de segurança são adaptáveis à planta e normalmente incluídos quando se constrói ou reforma. É mais difícil encontrá-los, portanto, quando a pessoa já mora há anos na residência e nunca teve um furto. O sistema mais simples pode ser instalado em duas horas e custa cerca de R$ 50—preço de um alarme.
Segundo Oggiam, o mais procurado é o alarme, juntamente com a proteção de perímetro (cercas elétricas e sensores), além do circuito fechado de televisão. Desta forma, a central de segurança consegue acompanhar o que está acontecendo na residência e chamar órgãos públicos para solucionar problemas como incêndio ou invasões. “O valor pode ultrapassar R$ 100 mil, investimento de uma casa de um público da classe A”, destaca.
Esses sistemas não dispensam, no entanto, algumas medidas básicas que as pessoas devem tomar ao viajar, como não deixar as luzes acesas durante a ausência, nem deixar acumular jornal, o que é notado pelos invasores. Uma alternativa é usar equipamentos eletrônicos específicos, como o temporizador para lâmpadas e eletroeletrônicos. “Eles são programados para acender e apagar uma lâmpada em uma determinada hora, racionalizando o uso de energia”, diz o diretor-comercial da Avant, Gilberto Grosso.Um temporizador tem preço médio sugerido ao consumidor final de R$ 28, no caso do analógico, e de R$ 62 para o digital. Já um anunciador de presença tem o preço médio de R$ 35 e o alarme de portas e janelas, de R$ 13, segundo a Avant.
Para não ter que arcar com prejuízos maiores com invasões durante as férias existe o seguro residencial. Apesar de nunca ter precisado usar a apólice, Caldeira sempre a renova, desde que se mudou para a residência atual, há quatro anos. “Neste ano, vai ficar em R$ 700, um tanto alto, mas não tem como fugir disso, fico a maior parte do tempo fora”, destaca. A cobertura básica do seguro é direcionada a incêndios e explosões, mas os pacotes mais vendidos oferecem danos elétricos, quedas de raios e também proteção a furtos e roubos. “Não percebo aumento de procura em meses de férias, mas há mais sinistros nestes períodos por danos elétricos com queda de raio, pela maior incidência de chuvas, e por furtos em casas desocupadas”, destaca Manes Erlichman Neto, sócio da corretora online Minuto Seguros. Simulação feita a pedido do BRASIL ECONÔMICO revela que uma pessoa que more em uma residência em Pinheiros (SP) e que tenha cobertura básica de R$ 250 mil para incêndio, raio e explosão, de R$ 5 mil para roubos e furtos qualificados e de R$ 10 mil para danos elétricos, além de 24 horas de assistência básica, paga R$ 339.
Segundo Elisabete Gonçalves, da Chubb Seguros, o valor do seguro pode diminuir se a pessoa tiver instalado um sistema de segurança na residência, o que é checado durante inspeção ao local. O sistema ainda aumenta as chances de o cliente ter a apólice aprovada. “Fazemos indicações de sistemas de segurança, quando necessário, não como obrigatoriedade, mas como indicativo ao cliente”, destaca. Na seguradora, as vendas aumentam 15% nos períodos de férias, quando os clientes procuram as apólices com cobertura de roubo, inclusive de itens como quadros e joias de alto valor. ■
Do Brasil Econômico