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10º Fórum da Internet no Brasil debate os impactos das TIC no meio ambiente

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Internet, pandemia e sustentabilidade foi tema da primeira sessão principal do evento

O Fórum da Internet no Brasil, principal espaço de debates sobre a governança da Internet no país, está em sua 10ª edição e, este ano, acontece extraordinariamente de maneira on-line. Na terça-feira (22/09), uma sessão principal debateu os impactos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no meio ambiente, além de compreender como essas tecnologias podem ser também agentes de transformação e proteção do meio ambiente, da melhoria da vida e da preservação das cidades, além de contribuir para redução da emissão de carbono, entre outros benefícios. O FIB10, promovido anualmente pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), aconteceu sexta-feira (25) e pode ser acompanhado pelo canal do NIC.br no YouTube.

Abertura
Na cerimônia de abertura do evento, realizada na segunda-feira (21), Márcio Nobre Migon, coordenador do CGI.br, reforçou que “o Fórum lida com os desafios da inclusão digital, solidariedade, resiliência e ideias importantes que podem ajudar o Brasil a avançar e a melhorar a Internet em todo o país”. Maximiliano Martinhão um dos representantes do setor governamental no Comitê Gestor também reforçou a temática central do evento ‘FIB10 em tempos de pandemia: Internet para resiliência e solidariedade’, que norteará as discussões do Fórum e falou sobre a expectativa de que “os debates possam ser usados para a criação de políticas públicas para o país”.

Também na abertura do evento, Tanara Lauschner, coordenadora do GT Fórum 2020 e uma das conselheiras representantes da comunidade científica e tecnológica, reforçou o caráter multissetorial da programação. “Os temas que serão discutidos ao longo da semana foram propostos por uma equipe multissetorial e estarão distribuídos tanto nas sessões principais como nos 27 workshops que acontecerão diariamente”, explicou. Percival Henriques, um dos representantes do terceiro setor, também participou da cerimônia de abertura e chamou a atenção para falta de conectividade em muitas regiões do País. “A inclusão digital também é algo que diz respeito ao CGI.br e deve ser prioridade na pauta dos debates”.

Representando o setor empresarial, Nivaldo Cleto reforçou aspectos relacionados à melhoria da segurança da Internet, pois avalia que o atual momento causou uma revolução no modo de utilização desse meio. “Buscar melhorias para a Internet é um dos compromissos do CGI.br e um dos objetivos da realização do Fórum”.

Internet, pandemia e sustentabilidade

As discussões da primeira sessão principal do evento, realizada nesta terça-feira (22), foram conduzidas por três questões principais: Como utilizar a Internet e as TIC para mitigar os efeitos sociais da pandemia COVID-19? Como a Internet e as TIC podem auxiliar o desenvolvimento sustentável e a proteção do meio ambiente? Como essas tecnologias têm contribuído com o desenvolvimento humano e a solidariedade entre os povos? Responsável por moderar o debate, Laura Tresca (Artigo19) abriu a sessão dizendo que esses tópicos vão ao encontro do trabalho do IGF em consonância com as decisões da Organização das Nações Unidas.

Carlos A. Afonso (Instituto Nupef) destacou que o Brasil tem uma rede que é referência mundial, com Pontos de Troca de Tráfego espalhados por todo o País, mas reforçou que as desigualdades também são grandes. “Não há como a população usufruir dos serviços disponibilizados pelo governo se a desigualdade de acesso ao mundo digital é grande. É uma contradição terrível. A Internet foi feita para as pontas, ou seja, para os cidadãos se comunicarem. No entanto, é justamente a ponta que sofre em função da disparidade que temos”.

Andriei Gutierrez (IBM) comparou as mudanças na sociedade, inclusive por conta da pandemia, com a revolução industrial. Na avaliação dele, as organizações precisam ter ações para mitigar os impactos ambientais causados por meio da tecnologia e apontar soluções e janelas de oportunidades. “Precisamos construir uma nova matriz energética e sustentável, além de criar uma nova responsabilidade social, que deve ser diferente do período pré-pandemia”, refletiu.

Também presente na discussão, Artur Coimbra (Ministério das Comunicações) lembrou que muitas plataformas digitais foram desenvolvidas por conta da pandemia e diversos serviços públicos tiveram de se adaptar à nova realidade. Segundo ele, a transformação digital veio para ficar e pode contribuir para um ambiente mais sustentável. “O uso das TIC pode ajudar a diminuir os impactos ambientais de maneira representativa. O trabalho remoto é um ótimo exemplo disso. Cada funcionário que deixa de circular com seu carro para trabalhar é responsável, em média por uma redução de 40% dos gases de efeito estufa emitidos em um ano”.

Em sua fala, Paulo Lopes (RUTE – RNP) reforçou que o marco legal da telemedicina realizado durante a pandemia deixará um legado importante no pós-pandemia e que a Internet faz parte dessa infraestrutura de serviço à população. “A Internet tem um papel fundamental para medicina digital. Ampliar o acesso à saúde é um desafio para o Brasil e a telemedicina pode contribuir nesse sentido”.

Por fim, Tatiana Schor, (SEDECTI-UFAM), falou sobre as desigualdades enfrentadas na região da Amazônia, princip por conta da logística digital que enfrentam. “Temos um trecho chamado de tríplice fronteira – Brasil, Peru e Colômbia – que é um polo que tem uma perspectiva enorme de desenvolvimento, mas para isso, é preciso que a Internet chegue até lá sem problemas de conexão. Mais do que um plano de logística que contemple a criação de estradas, precisamos de “estradas digitais” que serão a base para alcançarmos um desenvolvimento sustentável”, finaliza.

A programação do FIB10 segue até sexta-feira com workshops e sessões plenárias sobre temas do momento como pandemia COVID-19, crise sanitária e Internet; algoritmos, Inteligência Artificial e aprendizagem de máquina; educação on-line; desinformação e seus impactos na sociedade, privacidade e proteção de dados, entre muitos outros. Acesse a agenda completa: https://forumdainternet.cgi.br/programacao/agenda/2/. E reveja as discussões realizadas nessa segunda (21) e terça-feira (22): https://www.youtube.com/playlist?list=PLQq8-9yVHyOalNNpO5-pJ_mMwqjhsnbCg. 

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (http://www.nic.br/) é uma entidade civil, de direito privado e sem fins de lucro, que além de implementar as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil, tem entre suas atribuições: coordenar o registro de nomes de domínio — Registro.br (http://www.registro.br/), estudar, responder e tratar incidentes de segurança no Brasil — CERT.br (http://www.cert.br/), estudar e pesquisar tecnologias de redes e operações — Ceptro.br (http://www.ceptro.br/), produzir indicadores sobre as tecnologias da informação e da comunicação — Cetic.br (http://www.cetic.br/), implementar e operar os Pontos de Troca de Tráfego — IX.br (http://ix.br/), viabilizar a participação da comunidade brasileira no desenvolvimento global da Web e subsidiar a formulação de políticas públicas — Ceweb.br (http://www.ceweb.br), e abrigar o escritório do W3C no Brasil (http://www.w3c.br/).

Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (http://www.cgi.br/principios). Mais informações em http://www.cgi.br/.

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