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Maior feira de tecnologia dos EUA começa sem carro-chefe

Tecnologia

Por Gustavo Brigatto | De Las Vegas

Leonardo Rodrigues/Valor / Leonardo Rodrigues/Valor

Paul Jacobs, da Qualcomm, fará a abertura da exposição, um papel que coube à Microsoft nos últimos 20 anos

A edição 2013 da Consumer Electronics Show (CES), feira de produtos eletrônicos que começa oficialmente amanhã, em Las Vegas, terá um perfil bastante diferente das versões de anos anteriores. A feira, que já foi palco para o lançamento de novidades como o VHS e as TVs 3D, não terá nenhuma categoria ou produto específico como grande destaque neste ano. Além disso, pela primeira vez em 20 anos, a CES não contará com um estande da Microsoft, nem terá a tradicional palestra do executivo-chefe da companhia em sua abertura.

No fim de 2011, a dona do sistema operacional Windows anunciou que deixaria de ter um estande no evento porque o calendário de lançamento de seus produtos já não coincidia com o período de realização do exposição (a primeira quinzena de janeiro). A companhia também abriu mão da palestra de abertura da CES, realizado um dia antes do início oficial da programação. Com a ausência da Microsoft, o painel será comandando por Paul Jacobs, executivo-chefe da fabricante de chips Qualcomm.

Em 2013, a CES – que ocorre até sexta-feira – vai enfocar a consolidação de tecnologias que chegaram ao mercado nos últimos anos, como o 3D e as smarTVs. Outros assuntos que chamarão a atenção dos visitantes são os avanços nos sistemas de conexão à internet e recursos tecnológicos para carros e novidades nas áreas de saúde e bem-estar.

Lançamentos de alguns tablets e smartphones são esperados, mas nada muito relevante. É que nos últimos dois anos, os fabricantes vêm guardando os anúncios de novos aparelhos para o Mobile World Congress (MWC), evento da área de telecomunicações que ocorre em fevereiro em Barcelona. As duas categorias de produtos estarão mais representados na CES pela demonstração de novos aplicativos e acessórios.

A falta de grandes anúncios fez com que a tradicional cobertura anterior ao evento feita por blogs e publicações especializadas ficasse morna quando comparada à de anos anteriores. Nada de vazamento de fotos e especificações de produtos novos, ou especulações mirabolantes sobre possíveis lançamentos. O noticiário ficou centrado nos anúncios oficiais feitos pelos fabricantes que participarão da feira.

As mudanças no perfil da exposição não significam, no entanto, que ela esteja perdendo relevância. De acordo com a Consumer Electronics Association (CEA), organizadora da CES, cerca de 3,3 mil empresas exibirão seus produtos e novidades neste ano, número similar ao registrado no ano passado. “As empresas de tecnologia mais relevantes estarão aqui de alguma forma – seja por meio de encontros com parceiros, palestras, estandes. A Microsoft é um dos patrocinadores do nosso prêmio de inovação”, disse Allison Fried, gerente de comunicação da CEA ao Valor, por e-mail.

A expectativa dos organizadores é que cerca de 20 mil produtos sejam lançados nos quatro dias do evento. A maior parte dos anúncios será feita por milhares de companhias de pequeno porte ou empresas iniciantes que participam da CES todos os anos. Uma delas é a americana CardNinja, que tornou realidade uma ideia antiga: a aposentadoria da carteira. A solução encontrada foi criar uma capinha com bolsos que pode ser colada atrás de diversos modelos de smartphones. O produto comporta até oito cartões e algumas notas de dinheiro, e está sendo vendido por US$ 20. Outras companhias vão mostrar novidades como um serviço de “ginástica para o cérebro” acessado pela internet, que se adapta às habilidades e necessidades de usuário.

Entre os grandes nomes do setor uma batalha particular deve chamar atenção: a disputa entre Samsung, LG e Sony na área de TVs. As companhias apresentarão novidades relacionadas à exibição de conteúdo em definição ultra-alta (4K, ou UltraHD, com resolução quatro vezes mais alta que o atual FullHD) e ao uso de tecnologia Oled – sucessora dos LEDs, que permite a fabricação de aparelhos ainda mais finos e com menor consumo de energia.

A expectativa da CES é que o mercado global de eletrônicos tenha uma receita superior a US$ 1 trilhão em 2013.

O repórter viajou a convite da LG

do Valor Econômico.

 

 

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