Por Nivaldo Cleto
Revista Fenacon em Serviços 90 – junho 2003
Após 10 anos sem freqüentar aulas nas faculdades, estou passando por uma experiência fantástica: a aplicação das modernas ferramentas de comunicação na aprendizagem do ensino universitário. Visando aprimorar e manter sempre atualizado meus conhecimentos na área de TI, fiz a inscrição num curso de pós-graduação na moderna Faculdade de Tecnologia do Senac/SP, na capital paulista. O curso é de Tecnologia da Informação Aplicada aos Negócios (MBA em Business Intelligence).
Para minha surpresa, a sala de aula possui um quadro branco (eletrônico) – extensão de um PC fixo na mesa do professor -, com tamanho aproximado de 60 polegadas. Todas as aulas já vêm preparadas no formato Powerpoint, evitando a perda de tempo com a transcrição de matéria da lousa e também aposentando de uma vez os jurássicos retroprojetores.
A apresentação das aulas é transmitida através de um moderno projetor, que envia o sinal para a tela. Os alunos acompanham tudo pelo equipamento sem necessidade de perder tempo copiando a matéria. Mouse e teclado físico foram substituídos, respectivamente, pelo indicador do professor e teclado virtual, na própria tela. O mestre utiliza uma caneta especial no lugar do (alérgico) giz. Seu próprio indicador, permite avançar nas páginas da apresentação, bem como fazer as anotações e observações diretamente na tela.
Cada aluno ganha uma senha de acesso ao chamado WebCT, um sistema que possibilita a criação de ambientes virtuais de aprendizagem, como apoio a cursos presenciais ou à distância. Nesse WebCT, os alunos podem interagir com os professores e demais alunos, fazendo download das aulas proferidas na classe, bem como os exercícios propostos e resolvidos, além da lição de casa. O material é disponibilizado em formato PDF (Portable Document Format) e pode ser aberto diversas vezes sem ter sua formatação original alterada. O calendário escolar é publicado neste site, bem como todas as informações sobre o curso e de interesse dos alunos.
Alunos sempre ligados na aula
A escola estará disponibilizando, ainda neste ano, o sistema de acesso à web sem fio (WiFi) dentro das salas de aula e campus da faculdade. Com isto, os alunos poderão acessar à web do pátio ou da sala de aula, apenas acoplando ao seu laptop à placa de acesso a redes sem fio. Para acessar essas redes existem várias opções no mercado. Hoje, eu utilizo uma placa PCMCIA da Linksys – Instant Wireless Nertwork PC Card.
Um dia sentiremos saudades dos tempos em que o professor passava horas escrevendo na lousa a matéria que tínhamos que copiar com rapidez, antes que ele apagasse. Analisem quanto tempo perdido nas salas de aula para copiar a matéria a caneta. A nova geração vai utilizar este tempo para aprender ainda mais. Já pensaram a capacidade de aprendizado dessa turma?
E-learning: cursos à distância mais próximos
Este método de ensino já existe em algumas universidades brasileiras e a tendência é de, nos próximos anos, tornar-se um padrão de ensino, desde o ensino fundamental. Estamos passando por uma fase de transição das centenárias escolas do quadro negro, dos cadernos e do pó de giz para as escolas da ‘Era Digital’, onde os alunos também podem aprender à distância. Se alunos podem aprender à distância, por que os profissionais e empresários, sufocados dia após dia com este ‘cipoal’ de normas e legislação, também não podem se reciclar à distância, via Internet?
A Fenacon, nesta primeira gestão do Novo Milênio, tem projetos para transmitir cursos e eventos via web para os diversos cantos deste Brasil, proporcionando aos profissionais e empresários conhecimento, em tempo real, com a rapidez que o mundo moderno exige, interagindo ao vivo com os instrutores. Imaginem um especialista em legislação previdenciária, fazendo uma webconferência e explicando, por exemplo, detalhes da Instrução Normativa n. 87 (27/03/03) do INSS. Quanto trabalho nos pouparia, esclarecendo as principais dúvidas?
A tecnologia já existe. Poderia, em breve, ficar acessível ao pequeno empreendedor e a outras camadas menos favorecidas da população. Bastando, para isso, que os nossos governantes incentivassem a fabricação ou importação desses equipamentos, reduzindo os seus elevados impostos.
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