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Aceite o chefe no Facebook sem medo de cometer gafes

Gestão

Saiba o jeito certo de se expor na internet para não se comprometer no ambiente de trabalho e com clientes.

Vanessa Correia   e Natália Flach (ffinancas@brasileconomico.com.br)

Você se sente confortável ao adicionar colegas de trabalho em redes sociais? A maioria dos executivos brasileiros não vê problemas em se conectar a contatos profissionais no Facebook, segundo levantamento realizado pela empresa de recrutamento Robert Half.

A pesquisa apontou que 41% dos profissionais que atuam no país se sentem muito confortáveis em adicionar seus superiores na rede social. O percentual é ainda maior quando considerados colegas de trabalho: 51%.

O resultado, contudo, leva a uma reflexão: como você deve se comportas? “Não vejo problemas em adicionar contatos profissionais nas redes sociais. Mas, feito isso, deve-se prestar atenção ao que publica ou compartilha”, sugere Carlos Eduardo Altona, sócio da consultoria em recursos humanos Exec.

É o que faz Dimas Barbosa Araújo, diretor executivo de novos projetos da NTC & Logística.Dimas acaba aceitando em sua rede social muitos executivos que atuam em empresas ligadas à NTC & Logística, desde que os conheça. “Procuro manter no Facebook o mesmo comportamento que tenho no dia a dia. É um processo virtual, mas reflete a vida pessoal”, diz.

O profissional não compartilha ou posta algo que seja ofensivo e evita futebol, já que mexe com a paixão dos brasileiros. “Sempre que escrevo algo na rede social analiso se será visto de maneira adequada por todos os amigos e colegas. Não é autocensura. Só acho que as redes sociais têm o objetivo de fazer amigos e não inimigos”, pondera.

Altona não vê problema em adicionar colegas de trabalho, seja no Facebook, Twitter ou LinkedIn, desde que o comportamento seja comedido. “É importante entender que seu comportamento em qualquer rede social é uma extensão do seu comportamento no trabalho.”

Já Daniela Ribeiro, gerente sênior das divisões de vendas e marketing e engenharia da Robert Half, acha adequado segregar as redes sociais.

“A geração Y não separa o pessoal do profissional, o que faz com que vejamos uma migração dos assuntos profissionais para o Facebook. Mas sempre recomendo que não se misture os assuntos. Questões pessoais devem ser tratadas no Facebook e profissionais no LinkedIn e Twitter”, diz.

Daniela não vê problemas em recusar convites de superiores e colegas de trabalho no Facebook.
Também é importante que o profissional atente-se ao Código de Conduta da empresa para a qual trabalha.

“Sou a favor da empresa orientar seus funcionários quanto à conduta que espera deles, inclusive em redes sociais. Claro que não pode obrigá-los a nada – cada um é responsável pelos seus atos – mas pode alertar”, diz Altona. “A preocupação maior, além da marca que o profissional está representando, é a marca dele mesmo”, pondera a gerente da Robert Half.

A Coinvalores criou um perfil no Facebook para interagir com clientes. Os analistas escrevem, pelo menos, dois textos por semana: um com as perspectivas e outro com as ações que merecem destaque no curto prazo.

Por sua vez, os clientes da corretora podem comentar e tirar dúvidas. Um dos autores da página da corretora é Felipe Silveira, que também mantém uma página pessoal na rede criada por Mark Zuckerberg.

“No meu perfil, não tenho clientes como amigos, mas tenho colegas de trabalho. Mas, mesmo se não tivesse, usaria bom senso nos comentários. Na página da Coin, o interessante é ter feedback”, diz.

O especialista também tem uma conta no LinkedIn para questões profissionais. A consultora de etiqueta Célia Leão aponta que as pessoas devem ter cuidado na hora de usar redes sociais. “É uma vitrine, por isso não se deve escancarar a sua vida”, diz.

Segundo ela, não há assuntos proibidos, como futebol, religião ou política, contanto que se saiba dosar a forma de escrever. “Mas não se deve comentar que teve uma reunião chata durante à tarde se tem como amigo o chefe. Hipoteticamente, isso não dá demissão, mas cria um mal estar.”

Célia indica que o profissional dê preferência ao LinkedIn na hora de adicionar os colegas do trabalho, chefes e clientes.

Questão cultural

Os resultados apresentados no levantamento da Robert Half – de que executivos brasileiros não veem problema em adicionar contatos profissionais no Facebook – são superiores à média dos países consultados na pesquisa: 19% e 25%.

“Temos uma cultura mais informal, alegre. Faz parte da nossa cultura termos essa postura mais aberta, informal”, afirma Daniela, lembrando que vários dos outros países consultados, como Austrália, Bélgica, Chile, Emirados Árabes Unidos, França, Alemanha e Hong Kong não utilizam tanto o Facebook quanto Brasil e Estados Unidos.

 

Do Brasil Econômico

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