12.03.2018
Nivaldo Cleto (*)
O dia das empresas sem contrato direto com a ICANN começou com uma atualização a respeito das finanças da Business Constituency (BC), e ficou demonstrado que a instituição está muito saudável, com possibilidade de financiar projetos menores e iniciativas de seus membros voltadas a avançar os objetivos dos usuários comerciais. Andrew Mack, da AM Global, busca trazer um modelo que facilite a participação de empresas da América Latina na BC, e trabalha ativamente com a região para facilitar esse movimento.
A IPC, onde se juntam aqueles com interesse prioritário no tema da propriedade intelectual, tomou um papel de protagonismo no assunto do GDPR, adotando a liderança do tema dentro do Commercial Stakeholder Group (CSG). Assim, a BC tem agregado e se juntado às contribuições que eles tem feito, não tomando uma posição de protagonismo no assunto. Enquanto não existe oposição a isso, há uma vontade de maior participação. Steve del Bianco e Tim Chen lideram essa pauta até o momento.
A reunião aberta se iniciou com a premiação de dois membros da comunidade por suas contribuições e trabalho desenvolvido ao longo dos anos, sendo eles Phil Corwin (VirtuaLaw e agora VeriSign) e Chris Wilson (Amazon), celebrando sua liderança dentro da comunidade empresarial da Governança da Internet.
Foi discutido na reunião se é possível ampliar os critérios de novos TLDs voltados a comunidades fechadas, como é o caso, por exemplo do “.museum”, pois existe uma vontade por parte dos registries de tornar mais vagas algumas cláusulas contratuais, com o objetivo poderem vender esses para mais clientes. Isso é contencioso, pois foi alcançado um acordo durante a fase de leilões que seria quebrado.
Outra pauta foi a da eleição de membros da Board e Liaisons por parte da comunidade, que não passa pelo mesmo tipo de análise minuciosa às quais aqueles que são eleitos por meio do NomCom, que tem suas vidas examinadas de modo detalhado. Isso levanta uma série de questões quanto a o que é correto ou justo ser examinado, e de que maneira tal processo poderia ser estabelecido.
Theresa Swinehart, a Conselheira Senior para Estratégia da ICANN, trouxe um conjunto das 12 maiores demandas percebidas em relação à instituição: maior transparência/abertura, acomodar modelos emergentes, pressão para aumentar o escopo da ICANN, evolução da Internet aumentando pressão na legitimidade da ICANN, balanço de poder dentro da instituição, escalabilidade da comunidade, demanda aumentada de staff da ICANN, maior risco de segurança, escalabilidade do modelo multistakeholder, maior risco de fragmentação, pressão para integrar direitos humanos e ação policial, aumento da interferência governamental.
Depois de um extenso debate sobre o orçamento da ICANN, se deu um debate a respeito de segurança na Internet e quais as tendências de ataque que estão emergindo. A ameaça por parte das botnets é expressiva e crescente. Com tecnologias cada vez mais sofisticadas, está se tornando possível utilizar uma quantidade improcedente de máquinas para atacar o DNS e forçar a negação de serviço. Usando técnicas de distribuição regional e controle de fluxo, o ator malicioso consegue camuflar seu ataque em meio a pedidos legítimos, mesmo no caso de hm fluxo brutal de pedidos. Técnicas de análise são mecanismos importantes, mas precisam ser combinadas com dados providos pela ICANN e os atores contratados do seu sistema para serem eficientes.
(*) Nivaldo Cleto é Conselheiro do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br e membro da Business Constituency (ICANN)