ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO
Mesmo que você desligue a conexão 3G, o Wi-Fi e o GPS e diminua o brilho de tela, é quase certo que seu smartphone não suportará mais do que um dia inteiro longe de um carregador.
Na verdade, a maioria dos modelos –não importa o fabricante– pode ficar sem energia depois de poucas horas. Afinal, por que a bateria de nossos celulares não dura mais tempo?
A resposta é uma combinação de vários fatores, segundo o professor Vitor Baranauskas, doutor em engenharia eletrônica pela Unicamp.
“Os smartphones, como uma invenção jovem, evoluem de forma muito mais veloz do que as baterias. Celulares têm telas cada vez maiores e lançam o tempo todo novas funções, que demandam mais energia. As melhorias nas baterias não são suficientes”, diz o professor.
Há duas formas de driblar o problema (sem contar com o indesejável aumento do volume do celular, responsável pelo efeito “tijolo”): a primeira é tentar otimizar a taxa de eficiência energética, e a segunda é experimentar novos materiais e tecnologias na composição das baterias.
A energia é gerada por transferências de carga elétrica entre os polos negativo e positivo, mas nem todas as trocas são bem-sucedidas. O desafio é diminuir a quantidade de reações químicas erradas para aumentar a autonomia da bateria.
Smartphones de núcleo duplo (ou quádruplo) podem ajudar a economizar energia e reduzir o número de operações falhas, já que podem usar metade (ou 25%) da potência para tarefas simples.
Apesar dos esforços da comunidade científica, a bateria atual (íon de lítio) evoluiu timidamente em pouco mais de 15 anos de invenção. Os limites físicos e químicos dos materiais levam empresas a testar outras substâncias químicas para tornar as baterias mais compactas e eficientes.
“Mudanças no meio de transmissão também são um futuro provável, como carregar dispositivos por meio de ondas de rádio, sem o uso de fio”, diz Baranauskas.
Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress | ||
Apple, Samsung e cientistas buscam baterias mais eficientes
ALEXANDRE ORRICO
DE SÃO PAULO
Parece um sonho: engenheiros da Universidade de Northwestern (EUA) dizem que, em três anos, poderemos ver e comprar o que hoje é apenas um projeto da instituição: baterias de celular que duram até uma semana e que demoram 15 minutos para serem carregadas.
Os pesquisadores usaram silício na composição da bateria. A substância é capaz de organizar melhor o fluxo interno de íons e tem uma grande densidade energética.
Apple e Samsung, duas empresas que há alguns anos travam uma guerra jurídica sobre patentes de tablets e celulares, também pretendem participar da batalha da eficiência energética –embora por caminhos diferentes.
A empresa fundada por Steve Jobs registrou, no fim do ano passado, três patentes relacionadas a baterias movidas a hidrogênio, o que, pelo menos em tese, pode garantir autonomia de semanas para dispositivos móveis.
Para funcionar, ela converte hidrogênio e oxigênio em água e energia elétrica.
A Samsung preferiu explorar outra área: em vez de estudar componentes químicos, a empresa sul-coreana quer modificar a maneira como o celular se comunica com a bateria.
Kevin Packingham, vice-presidente de inovação da Samsung, falou sobre o assunto na feira de eletrônicos CES, em janeiro deste ano.
A otimização da busca por redes Wi-Fi e um gerenciamento mais eficiente das conexões 3G (ou 4G) estão nos planos da companhia para estender a duração da bateria de seus celulares para, pelo menos, um dia inteiro de uso pesado.
Packingham prometeu avanços ainda para 2012.
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