Logotipo NCC

Figurões da tecnologia trocam de sistema operacional; conheça os principais motivos

Tecnologia

BRUNO ROMANI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 

Quem gosta de futebol sabe: deixar de torcer por um time para apoiar outro é ser um vira-casaca. O pecado é maior se a troca for por um rival. Mas isso não exclusividade dos boleiros. No mundo tecnológico também acontece.

Com a popularização dos smartphones, sistemas como o Android, do Google, e o iOS, da Apple, não têm apenas usuários, mas verdadeiros fãs, com comportamentos que se equiparam aos vistos em arquibancadas. 

Em alguns casos, decepcionados com a plataforma que usam, os usuários migram para um concorrente. E como o mercado tem poucos participantes, a mudança é quase sempre para o rival direto. 

É o caso de Camila Toledo, 34, que trocou um telefone com sistema Android pelo iPhone. “A interface era horrível. O sistema fazia minhas ligações despencarem, os aplicativos não respondiam, o uso da internet era praticamente impossível, nada era atualizado”, diz. 

Segundo a bancária, o celular da Apple resolveu os problemas, e hoje ela quase não usa mais o notebook: resolve tudo com o smartphone. 

Já Luís Fernando Ferreira, 24, não se deu bem com o iPhone. Depois de ter usado o Galaxy S 1 e o Galaxy S 2, aparelhos da Samsung que rodam Android, ele comprou um iPhone 4S. Não deu certo. A câmera fotográfica, com parcos recursos de software, não agradou. 

“Além disso, tem essa coisa de ficar preso ao iTunes, aos formatos da Apple… É tudo muito exclusivo”, diz o personal trainer. Pouco mais de um ano depois, ele voltou ao Android com um Galaxy S 3. “O sistema de visualização de vídeos também é melhor”.

FAMOSOS 

Mas virar a casaca não é exclusividade de consumidores em busca do melhor produto. Acontece também entre gente importante do mundo da tecnologia. Pessoas que são conhecidas –e até pagas– para defender os interesses de uma plataforma, mas que acabam optando por outra. Algo como se o presidente do Corinthians se declarasse são-paulino. 

Quando ocupava posições de destaque no Google, Marissa Mayer, hoje executiva-chefe do Yahoo!, era usuária do iPhone, mesmo fazendo parte da casa do Android. A pista para o caso estava no Twitter dela, que apontava que uma das fontes de tuítes era um cliente para iPhone. Ela também era usuária do Instagram na época em que ele era exclusivo da Apple. 

No Google, a escorregada é de Eric Schmidt, presidente-executivo do conselho da empresa, que prefere o BlackBerry ao Android. A razão: ele não consegue abandonar o teclado da empresa canadense, mesmo com o sistema do Google também sendo vendido com teclado físico. 

Nas bandas da Apple, mudar de lado também não é fato inédito, a começar por Steve Wozniak, cofundador da empresa. Ele não é um vira-casaca puro, pois não largou o iPhone, mas é comum ouvir dele comentários elogiosos a outras plataformas. 

“Meu telefone principal é o iPhone, mas eu gostaria que ele fizesse todas as coisas que o meu Android faz”, afirmou em janeiro do ano passado. 

Já Guy Kawasaki, evangelista da Apple por anos, trocou de time. “A grande ironia é que o slogan da Apple é ‘Pense diferente’, mas, hoje, se você pensa diferente, você está olhando para o Android”, disse.

 

Leia também